quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Presentes

Nesse dia 18 de fevereiro de 2009, a Julia me deu (mais um) grande presente!
Ela aprendeu a soltar beijinho, estalando os lábios e tudo.
Duvida? Vê ai:

http://www.youtube.com/watch?v=YZ8Vaw7if14&feature=channel_page

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Leonor

Recebi esse e-mail hoje da minha amiga Marta, que mora em BCN e que, além de catalana, é linda, sensível e querida - como teria que ser mesmo com esse nome! :-)

Martinha,
Aquí te transcribo un poema de Antonio Machado.
Machado perdió a su esposa, Leonor, a los tres años de casados.
Los poemas que le inspiró la ausencia, se cuentan entre mis favoritos en lengua castellana.
Éste que te envío pertenece a la etapa de la desesperanza, la primera de todas. Con el tiempo, el poeta se enamoró de nuevo y volvió a escribir poesías de amor y de esperanza.
Murió a los 64 años en Collioure, huyendo de las tropas franquistas tras el fin de la guerra civil.
A su morada en Francia, hemos peregrinado ya en varias ocasiones.




***

Allá, en las tierras altas,
por donde traza el Duero
su curva de ballesta
en torno a Soria, entre plomizos cerros
y manchas de raídos encinares,
mi corazón está vagando en sueños...
¿No ves, Leonor, los álamos del río
con sus ramajes yertos?
Mira el Moncayo azul y blanco; dame
tu mano y paseemos.
Por estos campos de la tierra mía,
bordados de olivares polvorientos,
voy caminando solo,
triste, cansado, pensativo y viejo.

***


Un beso,Marta

p.s.: Machado é um dos meus preferidos (e também do Marquinhos). Fomos juntos a Collioure, visitamos o túmulo do poeta, lemos suas poesias na beira da praia, tomando vinho e sentido os ares do sul da França. Jamais esquecerei...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rir é melhor que chorar

Essa semana, no UOL, tem uma resenha minha sobre o divertidíssimo "O Amor é Fogo", de Nora Ephron. O livro é dos anos 80, inspirou o filme "A Difícil Arte de Amar" de 1986, mas só agora ganha tradução ao português e é lançado pela Rocco.

Não vou entrar aqui na polêmica clichê sobre o que é literatura, mas o fato é que esse livro é realmente divertido. Não sei se entra nos cânones dos textos imortais, mas me fez dar altas risadas. E isso já vale a viagem.

É a história real da autora transformada em romance. Nora, que é roteirista de Hollywood, estava grávida de sete meses do seu segundo filho quando descobriu que o marido a traía. Foi por terra, assim, sua vida de propaganda de margarina. Alguns anos de terapia depois, ela exorcizou o monstro da traição escrevendo esse livro. E fez do drama pessoal uma história hilariante, para dizer o mínimo. Fazia tempo que eu não lia um livro gargalhando alto. Bom demais.

E ai fiquei pensando sobre esse talento em tirar humor das coisas tristes, principalmente das próprias coisas tristes. Talvez eu seja um pouco assim também. Gosto de fazer piada nos momentos menos apropriados ou, melhor, prefiro enxergar o lado bem humorado da cena.

Da minha tragédia pessoal (a morte do Marquinhos) ainda não consigo ver o lado, digamos, engraçado. Talvez precise me distanciar do episódio em si para ver alguma coisa mais que tristeza. No entanto, me lembro de dois episódios interessantes.

1. Esse eu não vi acontecer. Soube depois. Era o velório. Eu, desolada, não arredei o pé de perto dele, fiz questão de aproveitar cada segundo perto da matéria. Toda hora alguém me oferecia alguma coisa para comer ou beber. Lembro de ter tomado alguns sucos, vitaminas, sei lá. Mas numa das vezes, não quis o suco ou sei lá o que era e sugeri à Ana (a mulher maravilhosa que cuidava da nossa casa e da gente naquela época) para dar o tal suco à minha cunhada. E eis que Ana se vira e se depara com a ex-mulher do meu cunhado ao lado da atual namorada do meu cunhado. Dizem, houve uns minutos de constrangimento, porque Ana não tinha a menor ideia qual das duas eu chamava de cunhada. E nenhuma se apontou. O suco ficou sem dono, dizem.

2. Cortejo a caminho do enterro, uma dor indescritível no meu peito. A Nina segurava uma das minhas mãos. Na outra, meu sobrinho Caio. Ai, eis que o mocinho no alto dos seus 8 anos na época trava o seguinte diálogo comigo:
- Titia, você acha que o Totô (era sim que ele o chamava) viveu muito ou pouco?
- Acho que ele viveu pouco, Caio, mas intensamente.
- Como assim?
- Uai, Caio, ele viveu poucos anos, mas fez tudo que quis, conviveu só que quem amava, não deixou nada por fazer e, mais importante, lutou para realizar todos os seus sonhos.
(Alguns segundos de reflexão depois...)
- Hummm, se é assim, eu tenho que lutar para ter um cachorro de estimação!
(Em tempo: quatro meses depois, Caio conseguiu convencer a mãe e ganhou o choko, um cachorrinho muito fofinho!)

Ah, a resenha:
http://diversao.uol.com.br/ultnot/livros/resenhas/2009/02/02/ult5668u79.jhtm